Projeto foi vice-campeão das Olimpíadas mundiais de computação, em NY.
Software foi desenvolvido para melhorar a acessibilidade dos surdos.
Imagine um surdo usando um telefone celular? Ou melhor: ter, no seu smartphone, um tradutor de português, em tempo real, para a Língua Brasileira de Sinais (Libras)? Interpretado por um personagem animado em 3D, o ProDeaf é uma plataforma de comunicação criada por uma empresa pernambucana com o objetivo de facilitar as dificuldades enfrentadas por quem tem necessidades auditivas especiais.
O que poucos sabem é que as línguas de sinais não são meramente intuitivas, nem partem de sinais de mímica. Elas possuem códigos com o mesmo nível de abstração dos idiomas, com sintaxe e regras gramaticais próprias. "Um surdo não entende tudo diretamente do português, mesmo se estiver lendo. É diferente a tradução de Libras para o português. Por exemplo, a frase 'eu vou para a praia' escrita em português fica 'eu praia ir'. As preposições são cortadas e o verbo só existe no infinitivo quando traduzimos para Libras", explica Lucas Mello, cientista da computação e um dos idealizadores do projeto de acessibilidade.
A ideia dele surgiu durante a observação de um episódio envolvendo um surdo durante uma viagem. “Em 2010, eu estava passando um tempo em Vancouver, no Canadá. E vi um surdo chegando na universidade e pedindo informações a um ouvinte, que não entendeu nada. Ele saiu de lá sem consegui se comunicar. Fiquei pensando naquilo, entrei no metrô, abri o meu caderno e fiquei imaginando em como a tecnologia poderia ajudar essa pessoas. Essa foi a primeira ideia do protótipo do sistema”.
Segundo Mello, o software que realiza traduções, em tempo real, do som falado para língua de sinais hoje tem atraído empresas de todos os portes. O projeto, atualmente, tem o foco voltado para traduzir textos do português para as Libras. "Nos sites, por exemplo, o surdo vai poder selecionar a parte não compreendida do texto numa janela. Então, um avatar vai traduzir em Libras a parte que ele não entender do texto", afirma Mello.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), em 2010, a deficiência auditiva atinge 9,7 milhões de pessoas (5,1%) da população do Brasil, sendo que a deficiência auditiva severa (pessoas com grande dificuldade ou incapazes de ouvir) foi declarada por 2,1 milhões de pessoas, das quais 344,2 mil eram surdas (0,2%).
Os idealizadores e executores do projeto foram vice-campeões das Olimpíadas mundiais de computação realizadas em 2011, em Nova Iorque, a maior competição de tecnologia do mundo promovida pela Microsoft. Além disso, o ProDeaf já foi campeão nacional do prêmio Ciab, da Federação Brasileira de Bancos (Fenabran), premiado no “Partner of the Year Awards 2012”, no Canadá, como parceira da Microsoft na área de cidadania, e campeão do prêmio da Wayra Contest, na Campus Party Recife 2012.
O sistema desenvolvido por Mello e pela empresa pernambucana Proativa – Soluções em Tecnologia também capta, de uma câmera instalada no celular ou smartphone, os movimentos produzidos por quem se comunica por meio de Libras. Do outro lado do telefone, é possível ouvir a tradução feita pelo software. Esta fase do projeto ainda não está totalmente pronta. Mas em breve e após a aprovação do financiamento de alguns clientes, deve entrar em cena, ajudando ainda mais as pessoas portadoras de deficiência auditiva. Atualmente, a empresa já conta com 12 profissionais focados nas pesquisas de acessibilidade.
Fonte: G1PE
Lucas Mello e João Paulo Oliveira criaram o software que ajuda surdos a entender o português (Foto: Divulgação) |
O que poucos sabem é que as línguas de sinais não são meramente intuitivas, nem partem de sinais de mímica. Elas possuem códigos com o mesmo nível de abstração dos idiomas, com sintaxe e regras gramaticais próprias. "Um surdo não entende tudo diretamente do português, mesmo se estiver lendo. É diferente a tradução de Libras para o português. Por exemplo, a frase 'eu vou para a praia' escrita em português fica 'eu praia ir'. As preposições são cortadas e o verbo só existe no infinitivo quando traduzimos para Libras", explica Lucas Mello, cientista da computação e um dos idealizadores do projeto de acessibilidade.
A ideia dele surgiu durante a observação de um episódio envolvendo um surdo durante uma viagem. “Em 2010, eu estava passando um tempo em Vancouver, no Canadá. E vi um surdo chegando na universidade e pedindo informações a um ouvinte, que não entendeu nada. Ele saiu de lá sem consegui se comunicar. Fiquei pensando naquilo, entrei no metrô, abri o meu caderno e fiquei imaginando em como a tecnologia poderia ajudar essa pessoas. Essa foi a primeira ideia do protótipo do sistema”.
Segundo Mello, o software que realiza traduções, em tempo real, do som falado para língua de sinais hoje tem atraído empresas de todos os portes. O projeto, atualmente, tem o foco voltado para traduzir textos do português para as Libras. "Nos sites, por exemplo, o surdo vai poder selecionar a parte não compreendida do texto numa janela. Então, um avatar vai traduzir em Libras a parte que ele não entender do texto", afirma Mello.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), em 2010, a deficiência auditiva atinge 9,7 milhões de pessoas (5,1%) da população do Brasil, sendo que a deficiência auditiva severa (pessoas com grande dificuldade ou incapazes de ouvir) foi declarada por 2,1 milhões de pessoas, das quais 344,2 mil eram surdas (0,2%).
Os idealizadores e executores do projeto foram vice-campeões das Olimpíadas mundiais de computação realizadas em 2011, em Nova Iorque, a maior competição de tecnologia do mundo promovida pela Microsoft. Além disso, o ProDeaf já foi campeão nacional do prêmio Ciab, da Federação Brasileira de Bancos (Fenabran), premiado no “Partner of the Year Awards 2012”, no Canadá, como parceira da Microsoft na área de cidadania, e campeão do prêmio da Wayra Contest, na Campus Party Recife 2012.
O sistema desenvolvido por Mello e pela empresa pernambucana Proativa – Soluções em Tecnologia também capta, de uma câmera instalada no celular ou smartphone, os movimentos produzidos por quem se comunica por meio de Libras. Do outro lado do telefone, é possível ouvir a tradução feita pelo software. Esta fase do projeto ainda não está totalmente pronta. Mas em breve e após a aprovação do financiamento de alguns clientes, deve entrar em cena, ajudando ainda mais as pessoas portadoras de deficiência auditiva. Atualmente, a empresa já conta com 12 profissionais focados nas pesquisas de acessibilidade.
Fonte: G1PE