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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dicas de como aliviar a cólica

De alimentos a chás e técnicas de massagem, são muitas as maneiras de amenizar os desconfortos mensais

 
A cólica menstrual geralmente aparece de um a dois dias antes do início do ciclo e persiste, com alguma intensidade, no primeiro e no segundo dia do sangramento.
A dor é causada pela produção de prostaglandina, um hormônio responsável pela contração do útero nessa fase. Em algumas mulheres, porém, esse processo de contração é mais intenso e o fluxo menstrual maior.
“Isso favorece a contração uterina e, consequentemente, causa maior incômodo”, explica a fisioterapeuta Liris Wuo, especialista em uroginecologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Getty Images
Dor: bolsa de água quente é boa opção para quem é sensível ao calor
Se a dor for muito forte ou persistir após o final da menstruação, as causas devem ser investigadas pelo médico. “Elas podem estar relacionadas a problemas como miomas e endometriose”, adverte a ginecologista Thais Helena Rocha Paes, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo.

Funcionamento do cérebro
Muito além de fazer a mulher perder um dia de trabalho ou qualquer outra atividade de rotina, o quadro menstrual doloroso pode provocar alterações cerebrais. Pelo menos é o que diz um estudo chinês que analisou 32 pacientes com cólicas de intensidade moderada a intensa.
Pesquisadores do Instituto da Ciência do Cérebro da Universidade Nacional Yang-Ming de Taipei, Taiwan, verificaram mudanças anormais na estrutura cerebral quando elas sentiam dores e até mesmo quando não se queixavam. O acompanhamento foi feito por meio de questionários e de exames de imagem como ressonância magnética.
Depois de criar mapas da massa cinzenta de cada voluntária e os cientistas notaram variações significativas no volume dessa massa. Além disso, foram encontradas diminuições anormais em regiões envolvidas na transmissão da dor, afetando a regulação das regiões envolvidas na modulação da dor e dos hormônios. Esses achados sugerem que o desconforto das cólicas pode ter semelhanças com outras condições de dor crônica que, repetidas ao longo dos anos, fariam o cérebro extraordinariamente sensível à dor.
"Nossos resultados demonstram que as mudanças anormais em determinadas regiões do cérebro estão presentes em pacientes que costumam ter cólicas menstruais, mesmo no período em que não há dor. Isso mostra que não somente o incômodo físico, mas também o período cíclico em que ele ocorre, pode resultar em alterações", disse ao The New York Times o coordenador do estudo, professor Jen-Chuen Hsieh.
Da medicina tradicional, aos tratamentos holísticos, passando por alimentação e atividade física, são muitas as maneiras de amenizar as cólicas. Confira as dicas:
Alimentação
Aposte no melão e no nabo comprido, recomenda a terapeuta holística Josi Mattos, do Espaço Unah Terapias, de São Paulo. “A fruta é diurética e ajuda a eliminar o excesso de líquidos, além de contribuir com regulação dos hormônios, sendo indicada para tratamentos dos desequilíbrios menstruais. Já o legume, muito usado pelos povos orientais, também é diurético e apresenta ações tonificantes e mineralizantes”, explica.
Diminuir a ingestão de sal – para combater a retenção líquida – e evitar a cafeína, que estimula os movimentos peristálticos e acentua as contrações dos músculos do baixo ventre, além de aumentar a ansiedade, são outras medidas que podem ser tomadas para evitar o agravamento dos sintomas das cólicas.
Fitoterapia
Entre as opções do “laboratório da natureza” para minimizar as cólicas estão plantas como “garra-do-diabo” e “unha-de-gato”. “Elas têm propriedades analgésicas e antiinflamatórias”, diz a ginecologista Ceci Mendes Carvalho Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito). Essas plantas, inclusive, estão na lista liberada pelo Ministério da Saúde para tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Óleo de borragem e óleo de prímula também seriam indicados por ajudarem a regular a resposta inflamatória. Mas apesar da origem natural, a especialista alerta para que o uso seja feito apenas sob orientação médica. “Desaconselho utilizar por conta própria”.
Chás
A terapeuta Josi Mattos indica o chá de capim santo, com efeitos antiespasmódicos (aliviam espasmos e as dores das contrações), e o chá de gengibre, antiinflamatório. “O uso terapêutico do capim santo é feito na forma de infusão: coloque algumas folhas em um recipiente, despeje água quente por cima e abafe por 5 a 10 minutos. Tome a bebida morna, três vezes ao dia. Já o gengibre deve ser fervido. Coloque duas colheres (sopa) de gengibre ralado em 1 litro de água fria e leve ao fogo. Quando ferver, deixe por mais 5 minutos e desligue. Deve ser tomado quente, três vezes ao dia”, ensina Josi.
Dica da especialista: não acrescente açúcar, para não comprometer as propriedades terapêuticas das plantas. Se quiser adoçar, prefira um pouco de mel. “E não use panela de alumínio e não esquente a água no microondas. Isso também influencia e até inibe as propriedades terapêuticas das plantas”, completa.
Já as recomendações da fitoterapeuta Ceci Lopes são os chás de hortelã e erva cidreira. “Com propriedades calmantes, podem contribuir para o bem-estar geral da mulher”, diz a médica.
Aromaterapia
As essências podem ser agentes terapêuticos auxiliares no tratamento das alterações menstruais. Uma receita: 4 gotas de óleo essencial de camomila diluídas em 4 colheres (sopa) de óleo vegetal de uva ou amêndoa, para massagens com movimentos circulares no abdômen.
Massagens
Movimentos suaves no abdômen e nos pés, com óleo de gergelim morno, é a solução proposta pela Medicina Ayurvédica para ajudar a restaurar o equilíbrio e combater as dores menstruais, explica a terapeuta holística Edilaine Sellan, de São Paulo. A drenagem linfática, segundo a fisioterapeuta Liris Wuo, também é indicada por melhorar a circulação e ajudar a relaxar.
 
Do-in
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, as cólicas menstruais podem ser decorrentes da estagnação de energia. Tendo os pontos tradicionais da acupuntura como referência, o do-in trabalha o fluxo energético do organismo. “É uma espécie de primeiros-socorros. A própria pessoa pode aplicar a massagem, que consiste basicamente no emprego de dois tipos de toques: sedação (pressão contínua) e estimulação (pressão alternada)”, diz Edilaine Sellan. Os pontos trabalhados em casos de cólicas menstruais estão localizados nas panturrilhas e devem ser feitos com pressão contínua.
Homeopatia
Ao contrário do que muita gente pensa, a homeopatia pode agir rapidamente sobre o alívio das cólicas. Quem garante é o médico Sérgio Eiji Furuta, diretor da Associação Paulista de Homeopatia e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O tratamento tem que fazer efeito rápido, caso contrário não adianta”, diz.
Na consulta homeopática, o paciente é visto de maneira global e até o lado emocional é avaliado. Por isso, além de medicação individualizada, uma das indicações pode ser o combate ao estresse. “Quando se está equilibrado, sente-se menos dores”, conclui o especialista.
Medicamentos
“Analgésicos e antiinflamatórios podem aliviar as dores leves. Mesmo assim, devem ser tomados sob orientação médica”, diz a ginecologista Thais Paes.
Anticoncepcionais
Pílulas (às vezes até indicadas para uso contínuo) e dispositivo intra-uterino que libera hormônio têm ação contra as dores em casos de fluxo intenso. O princípio é: ao reduzirem o fluxo, evitam o aparecimento das cólicas.
Atividade física
O exercício aeróbico, praticado de forma contínua (pelo menos três vezes por semana), libera beta-endorfinas, neurotransmissores lançados na corrente sanguínea que diminuem o quadro doloroso e promovem sensações de relaxamento e bem-estar. A dança do ventre é outra atividade recomendada. “Os movimentos melhoram a circulação na região da pelve e relaxam os músculos”, explica a fisioterapeuta Liris Wuo. Segundo a especialista, até mesmo exercícios de respiração auxiliam no combate às cólicas. “Inspirar e expirar profundamente também leva à produção endorfinas, reduzindo a tensão e aumentando o conforto”.
Bolsa de água quente
“Pode ser benéfica, desde que a pessoa seja sensível ao calor”, diz o homeopata Sérgio Furuta. “A água quente aumenta a circulação local, relaxa os músculos e reduz o incômodo das contrações uterinas”, explica Liris Wuo.
A terapeuta holística Josi Matos ensina uma nova versão do tradicional método: “Em uma panela de ferro, coloque cinco colheres (sopa) de sal grosso e aqueça até que ele fique um pouco escuro. Embrulhe o sal com papel toalha e depois envolva em uma toalha fina, aplicando na região abdominal. O sal retém o calor e potencializa os efeitos da técnica”.
 
Fonte: Yara Achôa, iG São Paulo

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